Teosofia – A filosofia religiosa que lançou
as bases para o atual movimento da Nova Era
Por Natanael
Rinaldi
A palavra theosophia é de origem grega e significa “sabedoria
de Deus”. Surgiu no terceiro século, em Alexandria, no Egito, com um notável
pensador da época, Amônio Sacca, que foi mestre de Plotino, sendo ambos
filósofos platônicos. A teosofia (de théos = Deus, sophia = sabedoria) vem a
ser, como dizem, “um corpo de ensinamentos misteriosos revelados somente a
poucas pessoas mais avançadas”.1 Esse conhecimento tem recebido o título de
doutrina secreta. Neste sentido, trata-se de um ramo do ocultismo (da palavra
latina ocultus).
Essa palavra se distingue da palavra teologia. A
teologia é um discurso sobre Deus (Theós), conhecido à luz da fé. A Bíblia
afirma: “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele
que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o
buscam” (Hb 11.6). Por outro lado, lemos: “Visto como na sabedoria de Deus o
mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes
pela loucura da pregação. Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam
sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os
judeus, e loucura para os gregos. Mas para os que são chamados, tanto judeus
como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus. Porque
a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais
forte do que os homens” (1Co 1.21-25).
Assim, ao passarmos a estudar
sobre a teosofia, não podemos deixar de apontar aquilo que Paulo nos adverte
sobre as doutrinas que surgiriam nos últimos tempos como ensinos totalmente
antagônicos à Palavra de Deus (1Tm 4.1,2). Por isso, devemos ter cautela, para
não sermos iludidos por tais doutrinas. Diz o apóstolo: “Tende cuidado, para que
ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a
tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo” (Cl
2.8).
Seita ou religião?
A Sociedade Teosófica procura
negar o seu caráter sectário ou religioso, afirmando que “a Sociedade não se
identifica com nenhuma religião em particular, não sendo ela mesma uma seita
religiosa”. É óbvio seu interesse em não se declarar entidade religiosa ou
sectária: fazer que as pessoas religiosas não se sintam preocupadas em estudar
os ensinos religiosos da Teosofia.
A propósito, o escritor Adolpho J.
Silva, membro do Conselho Editorial da Editora Teosófica, em entrevista à
revista ANO ZERO, declara que “a Teosofia não chega a ser uma religião, é uma
filosofia de vida e pretende que o católico, o protestante, o evangélico, entre
outros, vivam melhor a sua religião e tenham uma visão mais ampla da realidade.
Neste sentido, a Teosofia é um sistema, uma filosofia”.2 Continuando sua
entrevista e indagado se a Teosofia se propõe a aglutinar membros de diferentes
movimentos, religiões e sociedades secretas, a resposta foi: “Exatamente, há uma
tendência ao sincretismo religioso”.3 Ora, como sabemos, sincretismo é a fusão
de religiões, ritos e crenças.
Adolpho J. Silva declara que “a teosofia
se propõe a aglutinar membros de diferentes movimentos, religiões e sociedades”.
Isto significa que pessoas de várias religiões e crenças chegarão a um impasse:
decidir se permanecem em suas crenças ou adotam as novas, filiando-se à
Sociedade Teosófica, à medida que descobrem que os ensinos novos da teosofia
conflitam com aquilo que crêem.
Passaremos a demonstrar que as doutrinas
teosóficas não podem conciliar-se com a doutrina cristã e que não seria correto
um cristão participar das reuniões promovidas por eles e nem mesmo ler os
livros, revistas e outras publicações teosóficas, a menos que o faça para
pesquisar e refutar com conhecimento de causa.
Duas
mulheres
• HELENA PETROVNA BLAVATSKY
Na história da teosofia
surgem duas mulheres proeminentes, conhecidas como mestras da teosofia moderna:
Helena Petrovna Blavatsky e sua “continuadora”, Annie Besant.
A Sra.
Blavatsky nasceu em Ekaterinoslaw, na Ucrânia, em 12 de agosto de 1831. Era
filha do coronel Petervon Hahn e Helena Andreyevna, e sobrinha de Sergei Witte
que, mais tarde, se tornou primeiro-ministro e amigo de Gregory Rasputin. Sua
história pessoal é repleta de aventuras e extremamente conturbada. Quando
criança foi rebelde e estranha. Era paranormal e escrevia seus livros em transe
mediúnico, sendo inspirada, conforme dizia, por Mestres de Sabedoria. Aos 16
anos, casou-se com o general russo Nicéforo Blavatsky, mas, três meses depois do
matrimônio, abandonou o marido.
Após a separação, passou a percorrer o
mundo em busca da sabedoria. Ouviu mestres ocultistas, magos e médiuns da
Turquia, Inglaterra e Egito. Por fim, em 17 de novembro de 1875, resolveu
fundar, junto com o coronel Henry Steel Olcott, em Nova York, nos Estados
Unidos, uma organização a qual deu o nome de Sociedade Teosófica. O coronel
Olcott tornou-se o primeiro presidente da Sociedade e, em 1878, partiram, juntos
(Blavatsky e Olcott), para a Índia. Em 3 de abril de 1905, foi estabelecida a
sede internacional da Sociedade Teosófica no bairro de Adyar, na cidade de
Chennay (antiga Madras), no Estado de Tamil Nadu, sul da Índia.
Com a
fundação da Sociedade Teosófica, Helena Blavatsky pretendia iniciar a
transferência do budismo e do hinduísmo para o ocidente, difundindo a teosofia
nos Estados Unidos. Não conseguindo de início o seu propósito, transferiu a
Sociedade Teosófica para a Índia, onde predomina o hinduísmo.
Helena
Blavatsky faleceu em 8 de maio de 1891 e foi sucedida por Annie Besant.
*
H. P. B., dentro da teosofia, é a forma comum de mencionar a fundadora.
•
ANNIE WOOD BESANT
Annie Wood Besant nasceu em 1847, em Londres, e se
casou, ainda muito nova, com Frank Besant, com quem teve dois filhos. Ela também
abandonou o marido. Com a morte de Helena Blavatsky, Annie Besant colocou-se à
frente da sociedade.
Assumindo a tutoria de um jovem indiano chamado
Jiddu Krishnamurti, nascido em Madabapelle, Madras, em 1897, em 1908 Annie
Besant identificou esse jovem, seu filho, como o futuro Mestre e Salvador da
humanidade. Segundo ela, Jiddu era o Cristo reencarnado. O tal jovem já havia
supostamente passado por 32 encarnações, gastando, para isso, 72.000 anos. Como
sabemos, Jesus nos exortou a estarmos alertas contra o surgimento de falsos
cristos e Jiddu, ao que consta, seria esse falso cristo, tido como salvador do
mundo.
Atentemos para o prognóstico de Jesus: “Porque muitos virão em meu
nome, dizendo: “Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui, ou ali,
não lhe deis crédito; porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão
tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os
escolhidos. Eis que eu vo-lo tenho predito” (Mt 24.5, 23-25).
Estas
fantasias foram as responsáveis pelas principais cisões entre os teósofos. A
seção alemã, por exemplo, dirigida por Rudolf Steiner, filósofo e pedagogo
austríaco (que nasceu em Kraljevic, em 1861, e morreu nessa mesma cidade croata,
em 1925), separou-se, em 1913, da Sociedade Teosófica e fundou a
Antroposofia.
Organização e atividades
Estão organizados em
mais de sessenta países em seções nacionais e estas, por sua vez, compõem-se em
Lojas e Grupos de Estudos. A maioria das lojas e grupos de estudo realiza
reuniões públicas com palestras, cursos, debates e outros eventos desse tipo.
Existem outras atividades de confraternização entre membros e simpatizantes. No
Brasil, há dois ramos distintos: a Sociedade Teosófica no Brasil, filiada à
Sociedade Teosófica fundada por Helena Petrovna, e a Sociedade Teosófica
Brasileira, também conhecida como Sociedade de Eubiose, fundada por Henrique
José de Souza e com sede em São Lourenço, Minas
Gerais.
Objetivos
A Sociedade Teosófica afirma que possui
três objetivos básicos:
1. Formar um núcleo da fraternidade universal da
humanidade, sem distinção de raça, credo, sexo, casta ou cor;
2.
Estimular o estudo comparativo das religiões, filosofias e ciências;
3.
Investigar as leis ainda não explicadas da natureza e os poderes latentes do
homem.
Para que uma pessoa se torne associada da Sociedade, tem de
concordar pelo menos com o primeiro objetivo. Os outros dois são
opcionais.
Fonte de autoridade
O livro mais importante da
fundadora é A doutrina secreta (1888). Suas outras obras são: A voz do silêncio
(1889), Isis sem véu e A chave da teosofia. Embora a palavra teosofia signifique
a sabedoria de Deus, essa nova sabedoria, no entanto, não tem nada em comum com
a verdadeira sabedoria de Deus (1Co 2.6-13).
Blavatsky declarou que “não
é o temor do Senhor o princípio da sabedoria, mas o conhecimento do EU que se
torna a principal sabedoria” (A doutrina secreta). Os Upanixades e os Vedas,
livros sagrados do hinduísmo, constituem a base para grande parte de suas
doutrinas. O budismo também influenciou grandemente as doutrinas da
teosofia.
Como lemos na Bíblia: “O temor do Senhor é o verdadeiro
princípio da sabedoria” (Sl 111.10), e não a sabedoria aprendida nos meios
ocultistas, pois esta é “terrena, animal e diabólica. Mas a sabedoria que do
alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de
misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia” (Tg
3.15,17).
A mãe da Nova Era
Um grande número de estudiosos
procura uma data específica para o início do Movimento Nova Era (MNE), e indicam
esse ponto de partida como sendo a data da fundação da Sociedade Teosófica, em
1875, na cidade de Nova York. A teosofia declara ser “a essência de todas as
religiões e da verdade absoluta, da qual uma gota apenas se encontra em cada
crença”.4 Seus ensinos englobam os neoplatônicos5, os gnósticos6, a cabala
judaica7, a mística dos rosacruzes8 e certas doutrinas de Paracelso9.
Um
dos ensinos fundamentais da Nova Era é a criação de uma religião universal. A
teosofia tem o mesmo objetivo. Tanto uma quanto a outra procuram juntar o melhor
de várias doutrinas em uma só religião. Essa mistura religiosa é denominada
sincretismo. A palavra sincretismo designa “qualquer mistura de pensamentos e
práticas diversas, com o objetivo de formar um todo, criando, a partir dessa
união, algo novo, mantendo essencialmente as mesmas características das
anteriores”.10
A pergunta que se faz é: “Em que se baseava a escritora
para afirmar que a teosofia é a essência de todas as religiões e da verdade
absoluta?”. Por incrível que pareça, ela se baseava no testemunho de videntes,
isto é, de mestres iluminados do Tibete, no ensinamento da Loja Branca, da
Hierarquia dos Adeptos e na cultura do pretenso continente Atlântida, que não
passa de mera ficção literária de Platão.
Tal posição é oposta ao que
Cristo afirmou sobre si mesmo, dizendo: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida;
ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14.6). Por sua vez, Pedro, em sua segunda
carta, declara: “Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas; mas nós mesmos
vimos a sua majestade. Porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando
da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado,
em quem me tenho comprazido. E ouvimos esta voz dirigida do céu, estando nós com
ele no monte santo; e temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem
fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o
dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações” (2Pe
1.16-19).
Tais homens, tidos como mahatmas (mestres iluminados), não
passam de falsos cristos, indicados por Jesus em Mateus 7.15.
A
teosofia e a Bíblia
Como essência de todas as religiões, a teosofia
reúne os ensinos centrais da Nova Era, um movimento eclético que engloba
doutrinas do hinduísmo, do taoísmo, do budismo, do cristianismo e de práticas
como a ioga e a meditação transcendental para despertar o suposto poder latente
do ser humano.
O aspirante à teosofia deve submeter-se a uma disciplina:
“o carma ioga, a senda da prova” e, depois, a “senda do discípulo”, propriamente
dito, que o levarão, progressivamente, ao estado de pleno desenvolvimento e de
aptidão para o nirvana.
Ensinos teosóficos versus ensinos
cristãos
Teosofia: Jesus é um dos
cristos
Declaram que a atual “raça-trono” ariana já teve até
agora cinco cristos, ou seja, cinco encarnações do Supremo Mestre do Mundo, que
foram: Buda, Hermes, Zoroastro, Orfeu e Jesus. Afirmam que Cristo usou o corpo
de Jesus. Desta forma, Jesus não deve ser considerado o único Filho de Deus, o
Deus homem. Ele é apenas uma das muitas manifestações ou aparições de Deus
através dos séculos. Cristo é distinto de Jesus. Cristo é uma idéia perfeita de
Deus – o despertar da divindade inerente. Jesus tem a consciência crística ou
espírito crístico mais desenvolvido do que outros, mas cada um pode desenvolver
seu espírito crístico ou consciência cósmica. Não bastasse tudo isso, ainda
aguardam a chegada de um novo cristo, que será mais poderoso do que o Senhor
Jesus Cristo. Esse novo cristo unirá todas as religiões em uma só, dizem os
teosofistas.
Cristianismo: Jesus é o Cristo
Jesus e
Cristo são dois nomes para a mesma pessoa. Jesus não se tornou o Cristo como
pessoa adulta, mas nasceu o Cristo (Lc 2.11,26; Jo 1.41; Mt 16.13-16; Jo
11.25,27). O Cristo da Bíblia é o Jesus de Nazaré histórico e o eterno Filho de
Deus. Ele se tornou homem, viveu uma vida sem pecado, sofreu a morte vicária e
ascendeu aos céus, ao seu Pai (Gl 4.4,5; 1Co 15.3,4; At 1.9-11).
A Bíblia
apresenta Jesus como a única manifestação de Deus na carne (Jo 1.1-3,14; 8.58;
14.8-10) e admoesta que tenhamos cautela com relação aos falsos Cristos (Mt
24.4,5, 23-25).
Pedro declarou que Jesus, o Cristo, é o Filho do Deus
vivo (Mt 16.16), sendo elogiado por Jesus, que lhe disse ter sido iluminado por
Deus para fazer tal declaração (Mt 16.17-18). Jesus disse de si mesmo que era o
único caminho para que o homem pudesse chegar a Deus (Jo 14.6). O apóstolo
Pedro, por sua vez, reiterou que só no nome de Jesus há salvação (At 4.12). João
disse que aqueles que negam que Jesus é o Cristo são anticristos (1Jo
2.22-23).
Teosofia: Tudo é um
Toda a realidade é um
todo unitário. Ou seja, toda a realidade (e aqui estão incluídos Deus, a
humanidade, o universo criado, a terra, o tempo e o espaço) faz parte do todo.
Esta idéia é conhecida como monismo e é basicamente um conceito
hinduísta.
Cristianismo: o Deus bíblico é pessoal
A
idéia bíblica de Deus envolve um Pai pessoal de amor, a quem os cristãos se
dirigem chamando-o de “Aba, Pai” (Rm 8.15; Gl 4.6). Existem evidências que
comprovam a natureza pessoal de Deus, pois Ele ouve (Êx 2.24; Sl 94.6), vê (Gn
1.4), conhece (2Tm 2.19), tem vontade (Mt 6.10) e demonstra emoção (Gn
6.6).
Teosofia: tudo é Deus
“Na teosofia não se
admite a figura de um Deus potente e poderoso presidindo a formação de tudo.
Deus seria o Princípio Transcendental Supremo, chamado de Logos Cósmico”.1 1 “A
teosofia é panteísta: Deus é tudo e tudo é Deus”.1 2 “A teosofia não acredita no
Deus bíblico, nem no Deus dos cristãos. Rechaço a idéia de um Deus pessoal. O
Deus da teologia é um ninho de contradições e uma
impossibilidade”.
Cristianismo: a Bíblia nega que tudo seja Deus
O Deus da Bíblia criou o homem, que é uma pessoa distinta e à
parte do Criador (Gn 1.27).
Deus é uma personalidade consciente (Êx 3.14;
Is 48.12).
É um espírito pessoal (Jo 4.23,24), com vontade própria (Rm
12.1,2; Hb 10.9).
É um Deus Trino: três pessoas distintas: Pai, Filho e
Espírito Santo, mas numa só essência ou natureza divina (Mt 28.19; 3.16,17; 2Co
13.13; Gl 3.20).
Teosofia: o homem é Deus e Deus é o
homem
O objetivo da vida é despertar o deus que dorme no interior
do ser humano. Cada pessoa é mais do que sublime, porque somos divinos. “Não é o
temor do Senhor o princípio da sabedoria, mas o conhecimento do EU que se torna
a própria sabedoria”.1 3 “O homem traz latentes no seu interior todos os
atributos da divindade que podem ser progressivamente desenvolvidos e atraídos à
manifestação através do pensamento puro e reto
comportamento”.14
Cristianismo: Deus é distinto do
homem
A Bíblica ensina que o ser humano foi criado à imagem e
semelhança de Deus (Gn 1.26,27). Deus é distinto do homem (Ec 5.2; Nm 23.19; Os
11.9). A própria ignorância do homem sobre a sua suposta divindade mostra que
ele não é Deus. Vejamos algumas diferenças entre Deus e o homem:
a) Deus
é Todo-Poderoso (Mt 19.26); o homem tem poder limitado (Hb 4.15).
b) Deus
é onipresente (Sl 139.7-12); o homem é confinado no espaço e no tempo (Jo 1.50).
c) Deus é eterno (Sl 90.2); o homem é criado no tempo (Gn 1.26).
d) Deus é verdade (Is 65.16); o coração do homem é enganoso (Jr
17.9).
Teosofia: o homem não é pecador
O problema do
homem é ignorar sua divindade. Desde que não exista o problema do pecado, ele
também não tem necessidade de salvação. Conseqüentemente, Jesus não morreu na
cruz para providenciar a salvação do pecador. Os homens precisam de iluminação
para reconhecer sua divindade. Pela reencarnação, uma pessoa pode retornar a
Deus. A única coisa que o homem precisa é de iluminação, para reconhecer sua
divindade. A iluminação ou alteração da consciência é chamada também nova
consciência. As técnicas para a alteração da consciência ou nova consciência
são: meditação transcendental, ioga, hipnoses, mantras, diálogo com
canalizadores, entre outros.
Cristianismo: o problema do homem é o
pecado
O cristianismo começa com uma distinção entre o Criador e
a criação. Oposto ao ensino monista panteísta, existe um abismo entre o Criador
e o homem (Is 45.18). O homem de fato tem pecado contra Deus (Rm 3.23) e precisa
necessariamente de salvação (Rm 5.18; 6.23). O Jesus bíblico ensinou que o homem
não tem simplesmente um problema de ignorância da sua divindade, mas um problema
grave de pecado que precisa resolver (Mt 12.33,34; Lc 11.13).
O Jesus
bíblico ensinou que sua missão foi prover, por sua morte na cruz, expiação pelo
pecado da humanidade (Mt 20.28; 26.26-28). Ensinou, ainda, que a salvação do
homem só é possível por fé nele (Jesus), e não por iluminação ou nova
consciência (Jo 3.16).
Teosofia: prega a reencarnação e o
carma
A vida e o destino do homem são governados pela lei do
carma (ação em sânscrito), a lei da causa e efeito.15 O homem precisa progredir
muitas vezes até chegar à unidade com o Um. Se o homem adquire bom carma (reação
a toda ação), benefícios positivos o acompanharão em outras vidas. O mau carma
produzirá futuros castigos. Eventualmente, deixará o ciclo de nascimento e
renascimentos pelas práticas de iluminação ou nova consciência, efetuando, dessa
forma, sua própria salvação.
Cristianismo: nega veementemente a
reencarnação (Hb 9.27)
O tipo de reencarnação adotado pela
teosofia não é igual ao de Allan Kardec. O mais importante argumento contra a
reencarnação é o esquecimento geral das vidas passadas. Se é verdade que já
vivemos algumas vezes, como se explica o esquecimento geral das vidas
anteriores?16
A reencarnação constituiria um castigo injusto. Pois: de
que serviria a uma alma voltar à carne se ignora as etapas que já percorreu na
sua purificação espiritual? A reencarnação prende-se, geralmente, ao falso
conceito de Deus; ou seja, ao panteísmo, junto com o qual a reencarnação é
professada na Índia. De fato, se não há um Deus pessoal, a quem o homem possa
invocar, é o próprio homem quem tem de remir a si mesmo.
Ora, os esforços
do homem em demanda da perfeição são sempre lentos. De onde se segue que uma
série de encarnações sucessivas se impõe como solução para o problema? Esta
solução errônea, por apregoar a auto-redenção, não deixa de ser sedutora, pois
bajula o orgulho da criatura humana, dando-lhe a ilusão de que ela não depende
de ninguém.
Por outro lado, o homem que crê em um Deus pessoal e distinto
do mundo, sabe que é amado por este Deus que provou o seu amor doando seu Filho
Jesus para que pudéssemos obter redenção (1Jo 4.8). “Nisto se manifesta o amor
de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por
ele vivamos. Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que
ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados”
(1Jo 4.9,10).
Jesus é o nosso Advogado, e nos defende do pecado (1Jo
2.1.2,12).
Teosofia: nega a eficácia da oração
“Não
acreditamos na eficácia da oração enquanto súplica externa dirigida a um Deus
desconhecido”.17
Cristianismo: o cristão ora
Jesus
ensinou aos discípulos a orar (Mt 6.9-13). Freqüentemente, Jesus era encontrado
em oração de manhã, de tarde e de madrugada. Pedro foi livre das mãos de Herodes
pela oração da Igreja em seu favor (At 12.5-8). Paulo recomendou que os cristãos
devem orar sem cessar (1Ts 5.17).
Teosofia: declara que a redenção
por Cristo é perniciosa
Falando sobre a redenção efetuada por
Cristo, L.W. Rogers declara: “É esta perniciosa doutrina de que o erro cometido
por um pode ser consertado pelo sacrifício de outro. É simplesmente
surpreendente que tal crença tenha sobrevivido à Idade Média e continue a
encontrar milhões de pessoas que a aceitam nesses dias de pensamento claro. O
homem, que busca comprar a felicidade, através da agonia de outro, é indigno do
céu, e não poderia reconhecê-lo, se estivesse lá. Um céu habitado pelos que vêem
no sacrifício vicário um arranjo feliz, o qual lhes permite viver no prazer e
bem-estar, não é digno de ser possuído”.18
Cristianismo: a base da
redenção é o sangue de Cristo (Mt 26.28; Ef 1.7; 1Jo
1.7,9).
Jesus ensinou a regeneração, e não a reencarnação (Jo
3.1-7). A queda da raça humana, relatada em Gênesis 3.1-5, indica a origem da
rebelião contra Deus (1Sm 15.23). O cristianismo afirma que a única solução é o
homem converter-se de sua rebelião contra Deus e depositar sua fé em Jesus
Cristo (Is 55.6,7; Lc 13.3; 19.10).
Salvação é mais do que mudança de
consciência: é um processo pelo qual a graça de Deus transforma a pessoa em uma
nova criatura (2Co 5.17).
O lema da Sociedade
Teosófica
“Não há religião superior à verdade, este era o antigo lema
da família de Kasi, ou Varanasi, também adotado como lema da Sociedade
Teosófica”.19 A verdade essencial da teosofia é que existe a unidade por trás de
toda a diversidade.
Concordamos com o fato de que as inúmeras religiões
não são superiores à verdade, entretanto, é salutar esclarecer que verdade é
esta, e, neste intento, é adequado apontá-la como nosso lema, cujo fundamento é
exarado de forma explícita e absoluta na Bíblia.
Jesus se identificou
como a verdade, quando declarou: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida;
ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14.6). E ainda acrescentou: “a tua
palavra é a verdade” (Jo 17.17). Fica claro, em suas declarações, que Jesus não
considerava a possibilidade de acesso a Deus por meio de uma diversidade de
outros líderes religiosos, “iluminados”, pois suas palavras são incisivas:
“ninguém vem ao Pai, senão por mim”. Não há aqui qualquer margem de espaço para
Buda, Krishna, Maomé e outros.
A verdade essencial do cristianismo não
esconde atrás de si uma diversidade de caminhos para a salvação. O apóstolo
Pedro ratificou essa doutrina ao declarar: “e em nenhum outro há salvação,
porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo
qual devamos ser salvos” (At 4.12; grifo do autor). O apóstolo Paulo
complementa: “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens,
Jesus Cristo homem” (1Tm 2.5; grifo do autor).
Atentemos para a
exclusividade reclamada pelas expressões “ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo
14.6), “em nenhum outro há salvação” (At 4.12) e “um só mediador” (1Tm 2.5). De
acordo com as Sagradas Escrituras, Jesus é a verdade. Qualquer religião que
ignorar ou deturpar este lema não poderá oferecer a verdadeira
salvação.
Entre outros, este é um dos principais atrativos que a Nova Era
resgatou de sua precursora, isto é, o ideal de harmonizar e unificar valores
religiosos em busca da verdade, apresentando, com isso, uma religião sincrética.
Logicamente, em nossos dias, essa pregação simpática encontrará o acolhimento de
pessoas que não querem se comprometer com uma verdade moral e um Deus pessoal.
Nós, em contraste, continuaremos irredutivelmente apregoando a mensagem da
verdade, independente de como ela for recebida. Afinal de contas, como Charles
Haddon Spurgeon disse: “mil erros podem viver em paz uns com os outros, mas a
verdade é um martelo que os quebra a todos em pedaços”.
O EMBLEMA DA
SOCIEDADE TEOSÓFICA
Segundo os adeptos da teosofia, o emblema da
Sociedade “é uma perfeita equação algébrica com todos os termos expressos
encerrando uma infinidade de valores, representando a intenção da teosofia de
redimir a humanidade da miséria, aflição e pecado, frutos da ignorância, causa
de todo o mal”.
Como podemos constatar abaixo, o conjunto de elementos
que encerra o emblema deste grupo religioso é constituído de símbolos declarados
pela Nova Era.
Vejamos:
• Os dois triângulos eqüiláteros
entrelaçados simbolizam o Universo como a dualidade espírito-matéria. O de
vértice para cima é o do fogo, espírito ou Pai; o de vértice para baixo é o da
água, matéria ou Mãe. Os lados do triângulo do fogo, entre outras coisas,
significam: existência, consciência e bem-Aventurança; os do triângulo da água
significam as três características da matéria: inércia, movimento e equilíbrio.
Os doze lados iguais formados pelo cruzamento das linhas da figura consideradas
em conjunto representam os “dozes deuses” da Cabala e de outras religiões
antigas, os doze signos do Zodíaco, os doze meses do ano.
• A cruz
“ansata”, ou Tau, encerrada dentro do duplo triângulo é o símbolo do espírito
que desce à matéria e nela está crucificado, porém, que ressuscitou da morte e
permanece triunfante nos braços do vitimário já vencido e, por isso, é chamada
de “Cruz da Vida”, simbolizando a ressurreição. Nas pinturas egípcias pode-se
ver que esta cruz era aplicada sobre os lábios da múmia, quando a alma voltava
ao corpo.
• Acima, o torvelinho da Cruz Ígnea, ou Svástika (Cruz Alada ou
Cruz de Fogo) é o símbolo da energia vertiginosa que cria um Universo, “abrindo
buracos no espaço” ou, dizendo em forma menos poética, formando os torvelinhos
ou átomos para a construção dos mundos. Ao contrário do que muitos acreditam, a
suástica é usada há mais de três mil anos pelos chineses, tibetanos e antigas
nações germânicas; encontrada também entre os bompas e budistas; usada como
símbolo do budismo esotérico, figurando a frente de todos os símbolos religiosos
de todas as nações antigas, sendo o mais sagrado e místico símbolo da Índia.
Segundo afirmam, tem estreita relação e até identidade com a cruz cristã. Como
diagrama místico de bom augúrio “svástika”, ou seja, signo de saúde, não mantém
relação alguma com o símbolo usado na Segunda Grande Guerra.
• A serpente
que morde a própria cauda, o ouroboros, é o milenar símbolo da eternidade, o
círculo sem começo nem fim em que todos os universos crescem e declinam, nascem
e morrem. Ao redor do símbolo, o lema do Maharâja de Benares: Satyât nâsti paro
Dharma [Não há religião superior à verdade].
• Este sinal, a sílaba
sagrada AUM, em sânscrito, é a representação gráfica e sonora (OM) do mistério
do PRÍNCIPIO UNO, manifestado em seus três aspectos: a Trindade. A letra A
representa o nome de Vishnu (o preservador); a letra U, o nome de Shiva (o
destruidor) e a letra M, o de Brahmâ (o criador). AUM é o nome místico da
divindade, a palavra mais sagrada de todas na Índia, a expressão laudatória ou
glorificadora com que começam os Vedas e todos os livros sagrados ou místicos.
Todas as grandes religiões falam da Trindade, ainda que dando nomes diferentes.
Assim, segundo os teósoficos, por exemplo, no cristianismo são: PAI, FILHO e
ESPÍRITO SANTO; na Teosofia: 1º, 2º e 3º LOGOS.
Fonte:
http://www.mcanet.com.br/lotusbranco/simbologia.htm
RELIGIÕES, SEITAS
E FILOSOFIAS A SERVIÇO DA NOVA ERA
RELIGIÕES
Hinduísmo (*2000
– 1500 a.C) Xintoísmo (*660 a.C) Taoísmo (*604 – 531 a.C) Confucionismo
(*551 – 479 a.C) Budismo (*563 – 483 a.C)
SEITAS
Espiritismo
Moderno (1848) Teosofia (1875) Ciência Cristã (1879) Sociedade Vedanta
(*1895) AMORC - Antiga e Mística Ordem Rosa Cruz (1915) Antroposofia
(1913) Eubiose (1924) Seicho-No-Iê (1930) Logosofia (1930) Perfect
Liberty (1946) Meditação Transcendental (*1950) Cientolgia (1955) Arte
Mahikari (1959) Hare Krishna – ISKCON (1966) Raelianos (1975) Viver de
Luz (*1898 – 1962)
FILOSOFIAS E
PRÁTICAS
Homossexualidade Gnosticismo Ecumenismo Sincretismo Panteísmo Monismo
Holismo Astrologia Ufologia Ecologia Cosmologia Cosmogonia Bruxaria Bruxaria Alquimia Feng-Shui Reiki
Vodu Ioga Entre outros
Notas:
1 Folheto Teosofia
e a Sociedade Teosófica. 2 Revista ANO ZERO n. 24, de abril de 1993, p.
43. 3 Ibid. 4 The Key of Theosophy. Helena P. Blavatsky, p. 85, edição em
francês de 19l6. 5 Corrente doutrinária fundada por Amônio Sacas (séc. II),
em Alexandria, e cujos representantes principais são: Plotino, filósofo romano
(240-270), em Roma; Jâmblico, filósofo grego (c.250-330), na Síria; e Proclo,
filósofo grego (410-485), em Atenas. Caracterizava-se pelas teses da absoluta
transcendência do ser divino, da emanação e do retorno do mundo a Deus pela
interiorização progressiva do homem. 6 Existem várias correntes diferentes do
gnosticismo, porém, todas elas foram influenciadas pelo neoplatonismo e pelo
pensamento grego em geral. Rejeitavam a matéria por achar que ela era má e, com
isso, rejeitavam também a encarnação do Verbo, o que gerou posições absurdas e
conflitantes no que se referia à morte e à ressurreição de Cristo. Ao que
parece, foi uma das primeiras heresias cristãs, visto que, conforme a opinião de
alguns, os escritos do apóstolo João foram redigidos visando combater estas
idéias errôneas a respeito de Cristo. 7 Cabala é o nome dado ao conhecimento
judaico místico, originalmente transmitido de forma oral. O misticismo gnóstico
já se fazia presente na Haggadah (livro que narra o Êxodo e apresenta a ordem de
Sêder – as bênçãos, símbolos, orações e, principalmente, a exposição rabínica do
tema). As pessoas buscavam a presença de Deus. Essa presença substituía toda a
erudição e todo o esforço humano. Assim, a alma humana entraria em harmonia com
o Ser divino. As pessoas andavam atrás da perfeição, da santidade e da
autopurificação, para que pudessem chegar à presença de Deus. O instrumento
usado para isso era a cabala que, naturalmente, incorporava muitas idéias pagãs,
no campo dos conceitos, como a adivinhação. A cabala era usada como a Bíblia do
misticismo. 8 Segundo a própria Ordem RosaCruz, sua finalidade é estudar,
testar e ensinar as leis de Deus. Vejamos o que declaram: “A finalidade da Ordem
é estudar, testar e ensinar as leis de Deus e da natureza capazes de tornar
nossos membros mestres do sagrado templo (o corpo físico) e obreiros do divino
laboratório (os reinos da natureza). Isto nos permite prestar auxílio mais
eficaz aos que ainda não conhecem aquelas leis e que precisam de assistência.
Todo iniciado tem o dever de servir, considerando imperativo estudar e praticar
as leis ensinadas em nossa Ordem, aplicando-as sempre que oportuno”. 9 Mestre
de Alquimia, médico e filósofo alemão que conseguiu difundir suas doutrinas sem
ser condenado pela Igreja. É considerado o personagem mais característico do
Naturalismo alemão na Renascença. Definia o fundamento da Medicina como uma
conjugação entre o mundo exterior e as diferentes partes do organismo humano.
Tornou-se célebre pela doutrina dos medicamentos específicos e pela teoria da
múmia, bálsamo natural que deveria preparar todos os tecidos. 10 Dicionário
de religiões, crenças e ocultismo. Mather & Nichols. Editora Vida, p. 415,
2000. 11 Revista ANO ZERO n. 24, de abril de 1993, p 46. 12 The Key to
Theosophie. Helena P. Blavatsky, p. 63. 13 A doutrina secreta. Helena P.
Blavastky. 14 Folheto Princípios teosóficos. 15 Ibid. 16 A reencarnação
dos espíritos, p. 192, 1946. 17 Revista ANO ZERO n. 24, abril de 1993,
p.46. 18 Citado no Dicionário de religiões, crenças e ocultismo.
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